Dita,
Estamos há 7 dias sem você e a saudades só parece crescer.
Sabe, 90 anos é uma vida longa. E a sua, além de longa foi muito linda e
feliz. Mas isso não parece servir de consolo e não está ajudando a cicatrizar a
saudades que você deixou dentro de mim. Sinto tanta vontade de te pedir: “fica
só mais um pouquinho...”.
Já sinto tanta falta de você e das tardes em família na sua casa. Tinham
gostinho de infância. O quarto de brincar ainda com os mesmos brinquedos de
quando éramos pequenos. As risadas com os primos que me faziam relembrar tantos Natais, aniversários e viagens juntos. Mesmo tendo 32 anos, Dita, quando eu ia na sua casa, eu me sentia um
pouco criança, um pouco adolescente.
Mas sei que você não aprovaria esse chororô. É preciso seguir, é preciso
crescer. É hora de preencher o vazio que você deixou com uma promessa: vou
ensinar a minhas filhas tudo aquilo que aprendi com você.
Vou ensiná-las o valor da família, a importância de amar o próximo a
serem justas sempre. E, acima de tudo, quero ensinar a nossa Sofia e a nossa Helena a olharem a vida de uma maneira
positiva. Quero que elas, assim como você, sejam mulheres fortes e
determinadas. Capazes pintar suas próprias vidas com as cores da felicidade.
Porque assim, Dita, eu terei a certeza de que um pouquinho de você vive
dentro de cada uma delas.
Obrigada por tudo. Te amo.
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