10 de setembro de 2012

Carta para a minha Avó



Dita,

Estamos há 7 dias sem você e a saudades só parece crescer. 

Sabe, 90 anos é uma vida longa. E a sua, além de longa foi muito linda e feliz. Mas isso não parece servir de consolo e não está ajudando a cicatrizar a saudades que você deixou dentro de mim. Sinto tanta vontade de te pedir: “fica só mais um pouquinho...”.

Já sinto tanta falta de você e das tardes em família na sua casa. Tinham gostinho de infância. O quarto de brincar ainda com os mesmos brinquedos de quando éramos pequenos. As risadas com os primos que me faziam relembrar tantos Natais, aniversários e viagens juntos. Mesmo tendo 32 anos, Dita, quando eu ia na sua casa, eu me sentia um pouco criança, um pouco adolescente.

Mas sei que você não aprovaria esse chororô. É preciso seguir, é preciso crescer. É hora de preencher o vazio que você deixou com uma promessa: vou ensinar a minhas filhas tudo aquilo que aprendi com você.

Vou ensiná-las o valor da família, a importância de amar o próximo a serem justas sempre. E, acima de tudo, quero ensinar a nossa Sofia e a nossa  Helena a olharem a vida de uma maneira positiva. Quero que elas, assim como você, sejam mulheres fortes e determinadas. Capazes pintar suas próprias vidas com as cores da felicidade.

Porque assim, Dita, eu terei a certeza de que um pouquinho de você vive dentro de cada uma delas.  

Obrigada por tudo. Te amo.